quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Momentos finais



Momentos finais



Fui a uma festa de aniversario da filha de uma amiga de trabalho. Mãe, eu me lembrei de cada palavra que a senhora me disse. Você me disse para não beber em festas quando fosse dirigir. Então eu lhe obedeci e só tomei refrigerante e comi muito bolo de chocolate.
Senti orgulho de mim mesma, do jeito que você disse que eu sentiria.
Me sentia aliviada por não te bebido e dirigiria totalmente sóbria, mesmo com alguns de meus amigos de trabalho dizendo que eu deveria te bebido e curtido um pouco mais a festa e não só ter tomado refrigerante como uma criancinha. Eu fiz uma escolha saudável e seu conselho para mim era o certo. A festa finalmente acabou as crianças corriam pelo salão, se divertindo.
A essa altura eu já estava muito cansada, acordaria cedo para ir para faculdade no dia seguinte. O meu carro estava fazendo um barulho estranho. Estava com medo dele me deixa na mão antes de chegar em casa. Isso não seria nada agradável.
Claro que para chegar em casa eu tinha que pega aquela chamada avenida do Diabo.
Tudo aconteceu tão rápido que apenas me lembro do barulho do impacto. Minha cabeça se chocando com violência contra o volante a minha frente. De minha vista escurecendo.
Eu nunca soube o que realmente estava acontecendo. Mamãe, algo que eu menos esperava e que a senhora mais temia tinha acontecido. Agora estou estirada no acostamento da avenida toda ensanguentada.
Ouço um policial dizer que o rapaz que causou este acidente estava completamente bêbado e drogado. Mamãe, sua voz parecia tão distante, praticamente não ouvia o som de suas palavras de desespero.
Meu sangue envolvia meu corpo moribundo formando uma grande poça rubra. Sobre os destroços do que um dia havia sido meu lindo fusquinha vermelho, um presente de minha querida mamãe em meu aniversario de dezoito anos.
Uma linda mulher de cabelos negros e pele extremante pálida, trajava calça jeans preta e uma linda blusinha de renda negra com destales em roxo. Segurava um amuleto nas mãos que aparentavam ser duas serpentes se entrelaçando formando um numero oito. Ela me observava com um olhar melancólico. Enquanto eu encarava com tristeza o meu próprio corpo ali, sobre aquela poça rubra em meio a penumbra daquele asfalto gelado.
Não sei porque mais as minhas lagrimas me abandonaram. Eu não conseguia chorar. Eu não consegui senti mais nada. Eu ouço as palavras dos paramédico olhando para o corpo em meio ao asfalto gélido.

- A garota vai morrer. Fiz tudo que podia. Mais ela perdeu muito sangue, não irar resisti.

Tenho certeza de que o rapaz não tinha ideia do que ele poderia causar enquanto ele estava voando alto totalmente alcoolizado e drogado, porque ele decidiu beber e dirigir embriagado e sobre efeito de drogas? Agora eu teria que morrer, enquanto ele permanece vivo para tirar outra vida em breve. Então por que, as pessoas fazem isso, mãe?
Por que elas tem que ser tão irresponsáveis mesmo sabendo que vão arruína a própria vida e a de outros ?
Os paramédicos estão me colocando em uma ambulância. Ouço um grito.

- Os batimentos dela estão parando, ela esta morrendo. Tragam o desfibrilador. RAPIDO!

Sinto o impacto da descarga elétrica uma... Duas... Três vezes consecutivas.
E agora a dor vem. Me envolvendo como uma tempestade de descarga elétricas. Sinto como se meu corpo estivesse sendo perfurado por centenas de facas afiadas.
Aquela mulher de pele pálida, cabelos negros e olhar melancólico vem caminhando em minha direção. Segura em minhas mãos e murmura algumas palavras para mim.

- Querida toda a dor agora vai parar! O pior já passou. Venha comigo. Deixe esse cenário de tristeza para traz. Pois agora você não pertence mais a essa realidade.

Diga a minha irmã para não ficar assustada mãe. Diga ao papai que ele seja corajoso agora, sem sua princesinha. Enquanto eu vou para o céu... Ou seja lá para onde eu esteja indo.
Coloque meu velho gravado em minha sepultura e deixe toca a minha musica. Daddys Girl, para que minha alma possa descansa em paz.
Alguém deveria ter dito a aquele garoto que isso é errado. Beber, se drogar e dirigir. Ceifar a vida de pessoas inocente pelos seus vícios insanos.
Talvez, se seus pais tivessem dito algo para ele, talvez eu ainda estivesse viva.
Meu corpo já esta embrulhado no que parece ser papel alumínio e uma viatura do necrotério esta encostando ao lado da ambulância do resgate.
É estranho mãe mas agora que o pior passou e as dores se foram, o medo me toma enquanto seguro a mão dessa bela mulher que me guia a uma estranha luz.
Estes são meus momentos finais. Eu estou tão despreparada. Eu gostaria que você pudesse me abraçar mamãe. Queria pode dizer que eu te amo mais do que tudo.
A doce e melancólica voz sobrenatural daquela linda mulher que me guiava se fez ouvi:

-Não se preocupe garota, sua mãe ouviu seu lamento. E ela sabe de seu amor.

-Obrigado senhora.

-Me chame apenas de Morte.

2 comentários:

  1. Gostei do paradoxo entre a garota sóbria e o rapaz embriagado... Não adianta, quando a Dama Negra chega em sua visita única, não há meio termo mesmo! 1 abraço,

    the ^..^ Osmar.

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  2. Fato meu amigo!!!! Obrigado pelo comentario ^^

    um grande abraço

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